Tivemos uma matéria no site da UNILA :
05.03.2015
Haiti
Embaixador tem encontro com grupo que pesquisa a diáspora haitiana
O embaixador do Haiti no Brasil, Madsen Cherubin, reuniu-se, na manhã de quarta-feira (4), com o grupo de professores e alunos que trabalha na pesquisa “Diáspora haitiana: perfil dos imigrantes haitianos em Cascavel”, realizada com a comunidade de imigrantes daquele país, que reside em Cascavel. Cherubin assistiu a um vídeo sobre a pesquisa e recebeu o livro com os primeiros resultados do trabalho. Da reunião, também participaram três haitianos integrantes da pesquisa e que agora são estudantes da UNILA, selecionados pelo Programa Pró-Haiti; além de alunos e professores envolvidos no estudo.

Cherubin ouviu relatos dos pesquisadores e também de seus compatriotas sobre as condições de vida no Brasil e as perspectivas para o futuro, principalmente após a oportunidade de cursarem a universidade. “Vejo de maneira muito positiva a iniciativa da UNILA e a busca de haitianos por melhores condições de vida”, disse o embaixador. “O importante é o acesso à

educação. Acredito que se a oportunidade estiver presente, a pessoa pode mudar a sua situação”, completou.
Pesquisa
“Este trabalho tem um fortíssimo componente social e é um exemplo de que as três áreas pilares da Universidade – ensino, pesquisa e extensão – podem caminhar juntas”, constata o professor José Renato Vieira Martins, coordenador do trabalho. Um desdobramento da pesquisa é a oferta da disciplina optativa “Diáspora Haitiana”, a ser ministrada por Martins, no curso de Ciências Políticas e Sociologia.
Colaboradora da pesquisa, Maria Adélia Aparecida de Souza, que foi pró-reitora de Graduação da UNILA e é professora titular de Geografia Humana, na Universidade de São Paulo (USP), acredita que essa experiência prática realizada em Cascavel vai atualizar a interpretação da teoria dos movimentos populacionais migratórios. “Os povos jamais deixaram de ser nômades”, constata. A colaboração com o trabalho desenvolvido pela UNILA nasceu da sua ligação natural com a Universidade e também pela relação com a sua própria linha de pesquisa, fundamentada na dinâmica dos lugares.
O grupo pretende fazer uma exposição com fotografias e resultados do trabalho em São Paulo, juntamente com a realização de mesas de diálogo, em colaboração com a USP e a Fundação Friedrich Ebert, parceiros na pesquisa, e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Essa exposição deve ser aberta no dia 18 de maio, quando é comemorado o Dia da Bandeira do Haiti, uma das datas mais importantes do calendário haitiano. Eles também estão preparando um encontro internacional para o segundo semestre, com representantes de estudos realizados sobre a diáspora haitiana na França, no Canadá e no próprio Haiti. O grupo criou um blog em que podem ser consultados os resultados e outras informações sobre o trabalho: diasporahaitiana.blogspot.com.
Exemplos

Três haitianos que viviam em Cascavel estão iniciando seus cursos na UNILA, neste semestre. Para eles, estudar na UNILA significa uma oportunidade para melhorar de vida, seja no Brasil ou no Haiti. “Esperava uma oportunidade assim faz tempo. A gente tem que aproveitar para poder mudar nosso futuro e de nossas famílias”, afirma Benile Esidor, estudante de Administração Pública e Políticas Públicas.
A mesma linha de pensamento tem Valando Lubérisse, que obteve uma vaga no curso de Biotecnologia. “O que a gente espera é que a gente se torne um profissional na carreira que escolheu. Se voltarmos para o Haiti, queremos ser os profissionais que o país esperava, chegar lá e dar o fruto do Brasil”, disse. Ele está em Foz do Iguaçu com a irmã, Clerdine Lubérisse, que começa a fazer Arquitetura e Urbanismo. “Estou feliz de fazer parte de uma universidade daqui”, completou ela. Todos estão dispostos a se esforçar para conseguir seus objetivos. “Tenho certeza que 80% dos haitianos que conseguiram as vagas na UNILA vão estudar muito e vão tirar as melhores notas da faculdade”, garante Valando.
Agenda
Madsen Cherubin também reuniu-se com o reitor pro tempore da UNILA, Josué Modesto dos Passos Subrinho; e com o vice-reitor Nielsen de Paula Pires para uma conversa sobre a iniciativa da UNILA em receber os haitianos.

Ele ainda teve um encontro com integrantes da ONG Educafro, de São Paulo, que teve 14 integrantes haitianos aprovados no processo seletivo da UNILA. Um grupo de cerca de 50 pessoas veio agradecer a Universidade pela oportunidade dada aos imigrantes e fez um abraço simbólico no prédio da Vila A.